A internet hoje é utilizada por um número cada vez maior de pessoas por meio dela é possível partilhar boas experinências e reflexões, que possam nos ajudar no dia a dia, no crescimento como pessoas e como cristãos.

Com esse propósito foi criado o blog do Oratório, que partilhará com vocês os conteúdos das homilías dos domingos, bem como as “Estorinhas” de reflexão.

Trará também ensinamentos de liturgia, bíblia, doutrina cristã e dicas para se viver bem o dia a dia, na simplicidade, na alegria e na busca da santidade, como queria Dom Bosco.

Aqui você poderá interagir, deixando os seus comentários, sugestões ou questionamentos.

Seja Bem vindo !

domingo, 5 de setembro de 2010

Madre Teresa de Calcutá

Hoje, dia 05 de Setembro nos lembramos de um grande Ser Humano, uma grande mulher, uma grande santa ! Madre Teresa de Calcutá morreu em 1997. Passou por esse mundo fazendo o Bem, acolhendo os mais pobres e, sobretudo, amando-os com o Amor de Cristo. Dela, além do exemplo e da intercessão, segue uma mensagem:
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Muitas vezes as pessoas são egocêntricas, ilógicas e insensatas.
Perdoe-as assim mesmo.
 Se você é gentil, as pessoas podem acusá-lo de egoísta, interesseiro.
Seja gentil, assim mesmo.
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 Se você é um vencedor, terá alguns falsos amigos e alguns inimigos verdadeiros.
Vença assim mesmo.
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Se você é honesto e franco, as pessoas podem enganá-lo.
Seja honesto assim mesmo.
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O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma hora para outra.
Construa assim mesmo.
Se você tem Paz e é Feliz, as pessoas podem sentir inveja.
Seja Feliz assim mesmo.
Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode nunca ser o bastante.
Dê o melhor de você assim mesmo.
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Veja que, no final das contas, é entre você e Deus.
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Nunca foi entre você e as outras pessoas.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

"uma arvore que cai, faz mais barulho que uma floresta que cresce".

Resolvi postar a carta do padre salesiano uruguaio Martín Lasarte, que trabalha em Angola, de 06 de abril e que foi endereçada ao jornal norte-americano The New York Times. Nela expressa seus sentimentos diante da onda midiática despertada pelos abusos sexuais de alguns sacerdotes enquanto surpreende o desinteresse que o trabalho de milhares religiosos suscita nos meios de comunicação.

"Querido irmão e irmã jornalista: sou um simples sacerdote católico. Sinto-me orgulhoso e feliz com a minha vocação. Há vinte anos vivo em Angola como missionário. Sinto grande dor pelo profundo mal que pessoas, que deveriam ser sinais do amor de Deus, sejam um punhal na vida de iocentes. Não há palavras que justifiquem estes atos. Não há dúvida de que a Igreja só pode estar do lado dos mais frágeis, dos mais indefesos. Portanto, todas as medidas que sejam tomadas para a proteção e prevenção da dignidade das crianças será sempre uma prioridade absoluta.

Vejo em muitos meios de informação, sobretudo em vosso jornal, a ampliação do tema de forma excitante, investigando detalhadamente a vida de algum sacerdote pedófilo. Assim aparece um de uma cidade dos Estados Unidos, da década de 70, outro na Austrália dos anos 80 e assim por diante, outros casos mais recentes...

Certamente, tudo condenável! Algumas matérias jornalísticas são ponderadas e equilibradas, outras exageradas, cheias de preconceitos e até ódio.

É curiosa a pouca notícia e desinteresse por milhares de sacerdotes que consomem a sua vida no serviço de milhões de crianças, de adolescentes e dos mais desfavorecidos pelos quatro cantos do mundo!

Penso que ao vosso meio de informação não interessa que eu precisei transportar, por caminhos minados, em 2002, muitas crianças desnutridas de Cangumbe a Lwena (Angola), pois nem o governo se dispunha a isso e as ONGs não estavam autorizadas; que tive que enterrar dezenas de pequenos mortos entre os deslocados de guerra e os que retornaram; que tenhamos salvo a vida de milhares de pessoas no Moxico com apenas um único posto médico em 90.000 km2, assim como com a distribuição de alimentos e sementes; que tenhamos dado a oportunidade de educação nestes 10 anos e escolas para mais de 110.000 crianças...

Não é do interesse que, com outros sacerdotes, tivemos que socorrer a crise humanitária de cerca de 15.000 pessoas nos aquartelamentos da guerrilha, depois de sua rendição, porque os alimentos do Governo e da ONU não estavam chegando ao seu destino.

Não é notícia que um sacerdote de 75 anos, o padre Roberto, percorra, à noite, a cidade de Luanda curando os meninos de rua, levando-os a uma casa de acolhida, para que se desintoxiquem da gasolina, que alfabetize centenas de presos; que outros sacerdotes, como o padre Stefano, tenham casas de passagem para os menores que sofrem maus tratos e até violências e que procuram um refúgio.

Tampouco que Frei Maiato com seus 80 anos, passe casa por casa confortando os doentes e desesperados.

Não é notícia que mais de 60.000 dos 400.000 sacerdotes e religiosos tenham deixado sua terra natal e sua família para servir os seus irmãos em um leprosário, em hospitais, campos de refugiados, orfanatos para crianças acusadas de feiticeiros ou órfãos de pais que morreram de Aids, em escolas para os mais pobres, em centros de formação profissional, em centros de atenção a soropositivos... Ou, sobretudo, em paróquias e missões dando motivações às pessoas para viver e amar.

Não é notícia que meu amigo, o padre Marcos Aurelio, por salvar jovens durante a guerra de Angola, os tenha transportado de Kalulo a Dondo, e ao voltar à sua missão tenha sido metralhado no caminho; que o irmão Francisco, com cinco senhoras catequistas, tenham morrido em um acidente na estrada quando iam prestar ajuda nas áreas rurais mais recônditas; que dezenas de missionários em Angola tenham morrido de uma simples malária por falta de atendimento médico; que outros tenham saltado pelos ares por causa de uma mina, ao visitarem o seu pessoal. No cemitério de Kalulo estão os túmulos dos primeiros sacerdotes que chegaram à região... Nenhum passa dos 40 anos.

Não é notícia acompanhar a vida de um Sacerdote normal em seu dia a dia, em suas dificuldades e alegrias consumindo sem barulho a sua vida a favor da comunidade que serve. A verdade é que não procuramos ser notícia, mas simplesmente levar a Boa-Notícia, essa notícia que sem estardalhaço começou na noite da Páscoa. Uma árvore que cai faz mais barulho do que uma floresta que cresce.

Não pretendo fazer uma apologia da Igreja e dos sacerdotes. O sacerdote não é nem um herói nem um neurótico. É um homem simples, que com sua humanidade busca seguir Jesus e servir os seus irmãos. Há misérias, pobrezas e fragilidades como em cada ser humano; e também beleza e bondade como em cada criatura...

Insistir de forma obsessiva e perseguidora em um tema perdendo a visão de conjunto cria verdadeiramente caricaturas ofensivas do sacerdócio católico na qual me sinto ofendido.

Só lhe peço, amigo jornalista, que busque a Verdade, o Bem e a Beleza. Isso o fará nobre em sua profissão.

Em Cristo,

Pe. Martín Lasarte, SDB

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Comece consigo mesmo !


As palavras a seguir foram escritas na tumba de um bispo anglicano (1100 A.C.) nas criptas da abadia de Westminter:

"Quando eu era jovem e livre e minha imaginação não tinha limites, eu sonhava em mudar o mundo. Quando fiquei mais velho e mais sábio, descobri que o mundo não mudaria e assim reduzi um pouco os limites de meu ideal e decidi mudar apenas meu país. Porém este, também, parecia imutável.

À medida que chegava ao crepúsculoda minha vida, numa última e desesperada tentativa, procurei mudar apenas minha família, aqueles mais próximos a mim, mas, ai de mim! Eles também não mudaram.

E agora, deitado em meu leito de morte, subitamente percebo: se eu tivesse apenas mudado a mim mesmo primeiro, então, pelo exemplo, eu teria mudado minha família e com sua inspiração e estímulo, eu poderia ter melhorado meu país e, quem sabe, até ter mudado o mundo."

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Tudo o que fazemos, para o bem ou para o mal, tem reflexos que vão além de nós, de nossa vida. Nossas ações terão sempre impacto em nossas famílias, comunidades, cidade, país, mundo... Ser melhor a cada dia, para que o mundo seja melhor também !
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sexta-feira, 18 de junho de 2010

Dona Esperança : nossa amiga bendita e teimosa !



“A Esperança é como cristaleira: resiste ao tempo e às boladas que levou.” - Jorge Vercillo

A Esperança...
Ah...a esperança !

Difícil definir com palavras os sentimentos, não ?
Permita-me retomar a “sacada” de uma criança
para expressar o que ela entende por esperança
(expressão com a qual concordo e compartilho) :

ESPERANÇA: é um pedacinho da gente que sabe que vai dar certo !

Onde mora esse "pedacinho" ?
Olha... se é no coração... ou no cérebro... não sei.
Talvez em ambos. Talvez na Alma.
Sei que ele existe... em todo ser humano.
Em alguns ele está se atrofiando...
(pena... porque quem não tem esperança sofre mais...).

Também não sei se é um mecanismo de defesa,
mas entendo-a como uma força, um dínamo,
que não nos deixa esmorecer, cair, desanimar.
Que nos faz - como o amor - muitas vezes, transgredir
a razão e a percepção das coisas, das pessoas e do mundo.
É como aquele "fole", que se mantém assoprando para a chama não se apagar... Que nos mantém acordados para a vida.

Perdê-la é apagar o calor que há em nós.
É morrer pela metade... Viver pela metade.

Diferentemente do que muitos pensam, a verdadeira esperança não nos deixa passivos. É uma espera dinâmica.
Com nosso trabalho e postura, esticamos os braços e o olhar,
tentando trazer o futuro pra perto de nós.
É um sentimento recheado pela paciência e tolerância. Também pode vir repleto de ansiedade. Mas esta não pode ser maior que as duas primeiras, pois ansiedade demasiada é sofrimento antecipado e dobrado.

A esperança está ligada à Fé.
Cada um tem a sua, mas em todas a esperança é ponto comum.
A confiança no poder divino que nos conhece e olha por nós.
Ela está ligada à vocação de todo ser humano :
ser feliz e se auto-realizar. Não é natural nos conformarmos ao contrário. Quem tem esperança está preparado para as oportunidades que surgem.

E você ?
Já se perguntou se essa teimosa “senhora” ainda ocupa espaço no seu coração ?

Termino parafraseando Eduardo Galeano:

Para que serve a esperança ?

A esperança está lá no horizonte.
Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos.
Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos.
Por mais que eu caminhe, talvez jamais alcançarei.
Para que serve a esperança, então ?
Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Economia e Vida !


A Solidariedade é o novo nome da Paz !

Há pouco mais de um mês, na tragédia acontecida no Haiti, o Brasil e o mundo perdeu
um ser humano símbolo do que chamamos Solidariedade: D. Zilda Arns.

Mais do que conceitos, ela encarnou o sentido prático do amor ao próximo. Do desapego de si mesma e do doar-se ao outro.

Hoje, para os cristãos, inicia-se um tempo novo. De reflexão, oração e sobretudo,
um tempo para o exercício da partilha. É o tempo da Quaresma.

Inicia-se também a Campanha da Fraternidade Ecumênica, com o oportuno tema : Economia e Vida.

Num mundo marcado pelo consumismo e pela busca de uma felicidade calcada no "ter",
esse tempo é uma ótima oportunidade para vermos a realidade e as pessoas com outros olhos.

O grupo "Barão Vermelho", em uma de suas músicas, cantava :

Que você ganhe dinheiro
Pois é preciso
Viver também
E que você diga a ele
Pelo menos uma vez
Quem é mesmo
O dono de quem...


Dizer ao dinheiro "quem é mesmo o dono de quem" é sentir-se livre para o desapego. É não colocar a condição de sua felicidade e o sentido de sua vida apenas no "ter coisas", "comprar coisas", "usar coisas", "acumular coisas"...

Porque as coisas... ah, as coisas... são apenas isso... coisas ! E, por mais que as tenhamos, elas nunca preencherão nossa sede de infinito.

Não fomos criados para ter uma vida assim, tão fútil e superficial. Quem não se tornou escravo do ter, sente-se livre para partilhar, doar.

Recordo-me de um grupo de crianças, na cidade de Lorena, que, nesse tempo de quaresma, se propunha a gastar um pouco menos com balas, sorvetes, figurinhas e açais. Colocavam tudo o que economizavam num cofrinho.

Ao final desse tempo, juntavam aquilo que tinham economizado. Compravam fraldas geriátricas, e levavam a um asilo da cidade.

Não só faziam a doação das fraldas mas, com os idosos, cantavam, contavam e ouviam estórias e histórias... Doavam também um pouco de si. Doação do ter e do ser.

Eram crianças de onze, doze anos...

A inspiração ainda brilhante de Dona Zilda Arns, e o exemplo dessas crianças, nos estimulem a fazer desse tempo uma oportunidade de viver a liberdade plena.

belo doar quando solicitado.
É mais belo, porém, doar por haver apenas compreendido
."

(Khalil Gibran)

Partilhe ! Partilhe-se ! E serás mais rico.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

História real : Dom Viganó - Missionário Salesiano


O seminarista salesiano Egídio Viganó vivia na Itália.
Tinha o sonho de ser missionário e pediu aos seus superiores
que isso se realizasse, se fosse da vontade de Deus.

Um belo dia chegou a resposta. Ele viria para a América.
Seria missionário no Chile !
Mas Egídio tinha uma angústia: como dizer isso aos seus pais ?

A América era longe. Os meios de comunicação escassos para
aqueles tempos. E a família era muito unida.

Depois de muito rezar, mas ainda com certo receio,
Egídio foi dar a notícia ao seu pai. Não sabia qual seria sua reação.

Ao terminar de dizer que iria para longe,
viu os olhos de seu pai marejados de lágrimas...
O coração de Egídio ficou apertado.
Mas para sua surpresa, dos lábios paternos saiu a sentença:

"Vai em paz, meu filho ! Seja abençoado !
Porque nada é demais quando é Deus quem pede!"


Dom Egídio Viganó foi missionário no Chile por 32 anos.
Mais tarde, tornou-se o 7o. sucessor de Dom Bosco,
Reitor Mor da Congregação Salesiana por quase 18 anos.

De fato, nada é demais quando é Deus quem pede !

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Lançai as redes !



V Domingo do Tempo Comum – 07/02/10

A leituras desse final de semana nos falam de duas ações da parte de Deus em relação aos Homens: Vocação e Missão ! Chamado e Envio !

A 1a. leitura nos fala da vocação do profeta Isaías, que no primeiro momento se sente indigno de aceitar o convite que Deus lhe faz. Mas, numa narrativa simbólica da brasa do altar que purifica os seus lábios, ele se rende ao apelo do Criador : “Aqui estou ! Envia-me !”.

A 2a. leitura, da 1a. Carta de São Paulo aos Coríntios, também menciona a vocação de Paulo e o modo como ele a vive: anunciando a morte e a ressurreição de Jesus, nosso Messias e Senhor. A ressurreição, vida nova trazida por Cristo, manifestou-se nas aparições de Jesus aos apóstolos, às multidões e também a ele. A partir do seu encontro com Cristo Ressuscitado sua vida mudou. Encontrou aí sua verdadeira vocação.

E o Evangelho nos conta o relato do Chamado de Pedro , André, Tiago e João. Eles eram pessoas simples, viviam da pesca. E foi utilizando essa metáfora que Jesus os convidou a ingressarem na sua Missão ! Depois de uma noite em que nada tinham pescado, Jesus os convida a lançarem as redes mais uma vez, indo com elas para águas mais profundas. E então se dá o milagre. Muitos peixes pescados.

Note-se que, naquele tempo, as “águas profundas”, significavam a comunicação com a “mansão dos mortos”. O mar, esse desconhecido, escondia os perigos que causavam medo e angústia: monstros, ventos, tempestades. O mar, enfim, representava ser o mundo da morte e do mal. Pescar significava, portanto, tirar o poder da morte. Apesar de causar medo, pescar era preciso.

Usando esse simbolismo é que Jesus diz a Pedro e seus amigos: “Não tenhais medo ! De agora em diante sereis pescadores de Homens !”. Essa é a vocação-missão de todos os que querem seguir a Cristo: salvar as pessoas da morte, do mal. Pescá-las para Deus. Trazê-las de volta à vida. Ajudá-las a resgatarem seus sonhos!

Jesus nos convida a também sermos pescadores. Enfrentando tempestades , os ventos e os monstros dos mares desse mundo (drogas, consumismo, egoísmo, pornografia, descompromisso, corrupção...), somos chamados a trazer à vida tantos jovens, casais, seres humanos que, em algum momento, se perderam no mar. Trazê-los para a segurança do barco do amor de Deus.

Um bom conselho, uma aproximação, o perdão, um gesto de caridade, de partilha, as orações, o acolhimento... e o que a nossa “criatividade do bem” nos inspirar, são as redes que usaremos para a pescaria.

Hoje, Jesus diz para nós, para você: Não tenha medo ! Vá pescar em águas mais profundas ! Lance lá suas redes ! Salve vidas ! Você faz parte da minha equipe de pescadores ! Estamos juntos nessa Missão !

E que, como Isaías, possamos dizer com o coração cheio de coragem e generosidade : “Aqui estou ! Envia-me !”

Citações :

1. Primeira Leitura : Isaías 6,1 – 2 a.3-8
2. Segunda Leitura : I Carta de São Paulo aos Coríntios 15, 1-11
3. Evangelho : Lucas 5, 1-11

Vocação = Chamado (derivada do latim "vocare" = Chamar).
Missão = Envio (derivada do latim “mitto” ou “missione”).